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O encanto da Impressão Botânica

Há alguns dias, participei de uma oficina rápida de Impressão Botânica no atelier mágico da Flávia Aranha, na Vila Madalena.

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Flávia Aranha no atelier

 

Fiquei intrigada com a proposta: imprimir no tecido, através de uma técnica de tingimento, elementos da natureza como folhas, sementes e serragem.

O processo de preparação do elemento que fixa o elemento botânico no tecido já estava pronto: ferro, na verdade, ferrugem, misturado à água. Embebendo o tecido (algodão orgânico) nessa água ferrosa e morna por alguns segundos, preparamos a base para “grudar” a cor dos materiais ali. Pura reação química.

A parte mais divertida vem agora: com o tecido pronto e úmido, a escolha dos materiais para a impressão. A surpresa é que a maioria das cores dos elementos secos não fica igual depois da impressão, algumas oferecem surpresas magníficas: a serragem escura do pau-brasil oferece um tom de vermelho profundo e a flor de hibisco, que já é de um belo lilás ao natural, se transforma num pink arrebatador.

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Pau-Brasil e cebola para usar na impressão e os rolinhos de ferro.

 

Depois disso, chega a hora de dobrar e enrolar. Não é uma dobra parecida com shibori ou tie-die: aqui, a dobra visa preservar os elementos e promover a aderência da “estampa” dos dois lados do tecido, então você cobre um lado do tecido de folhas e dobra a parte limpa em cima, e os dois lados ficarão com uma impressão em espelho. Parece complicado, mas não é. E por mais que você conheça dobraduras e tente imaginar como vai sair, sempre haverá uma surpresa. Surpresa, aliás, é a grande palavra dessa técnica: descobrir só quando o tecido estiver pronto, preparar-se para o inesperado, testar vários elementos e observar como a cor deles se altera com a presença deste ou daquele elemento, desta ou daquela dobra, amarrando mais justo ou mais larguinho.

Amarrar com barbante o tecido dobrado e enrolado no tubo de ferro  é o último passo antes de mergulhar em água quente por uma hora.

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Rolinho pronto para ir para a água quente, onde ficará por uma hora.

 

Depois de uma hora, é hora de desenrolar e lavar. Depois de lavado, é só passar e pronto: a impressão surge! Não é apenas a cor que fica impressa no tecido, mas também a forma e o contorno dos elementos: sementes de urucum viraram bolinhas coloridas e a forma da casca de cebola podia ser percebida.

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Minha bandana pronta: pau-brasil, flor de hibisco, casca de cebola e sementes de urucum.

 

Impressão botânica é mais do que cor, é quase estampa. Achei mágico, como uma fotografia da natureza. Uma ótima ideia de customização para se fazer em casa, recolhendo folhas e flores caídas no jardim, testando possibilidades. Com certeza irei pesquisar mais sobre a técnica. Na coleção da Flávia Aranha, há várias peças utilizando essa técnica, puro encanto.

Veja os vídeos e entenda um pouco mais.

 

Foto em destaque e vídeos: Flávia Aranha.

As outras fotos são de minha autoria.

 

Tricotando pela WWW

Links que eu amo, de tricô, de paixão pelo tricô, de coisinhas bonitinhas demais para comprar! Vamos lá:

Comprar lã: em inglês, tem o fabuloso Elann. Nunca comprei, mas só ouvi coisas boas a respeito. No Berroco também tem uma variedade enorme, especialmente de fios naturais. Se não for comprar, vale a visita pela belezura das meadas… Em português, compro muito na Aslan, que só vende pacotes fechados a um ótimo preço. A Milady também vende lãs diferenciadas e acessórios, além de compartilhar receitas.

 

  • Receitas: em inglês, o mesmo Berroco acima disponibiliza receitas gratuitas e pagas. Dica: dá pra se divertir bastante sem pagar nada. Tire um tempinho pra olhar com calma. Em português, a Cisne e a Pingouin tem sites ótimos com receitas, explicações e tabelas de cores de seus fios e outros dicas práticas de lavagem e conservação. E por falar em receitas, já comprou a sua Edição de Luxo Outono/Inverno da Mon Tricot? O melhor é que tem um monte de peças facinhas, glossário de pontos e acabamentos e várias receitas com os fios clássicos da Pingouin, pra usar o que você tem guardado.

 

  • Blogs de apaixonadas pelo tricô: Coração de Tricô e o Mon Tricot, sempre uma inspiração. E aproveita as super aulas do básico do tricô que o Superziper tá dando… Outro lugar bem interessante é uma comunidade, em inglês, onde todos os apaixonados por tricô e crochê do mundo se encontram: entre no Ravelry.

 

  • Para comprar: a Koki faz acessórios fofíssimos e muito divertidos de tricô e crochê. Coisa mais linda… E a feiticeira das agulhas é na verdade uma encantadora dos fios. Verdadeiras obras de arte que ela faz e vende com carinho. Clica lá.

 

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Boas tricotadas!

P.S. Importante!! > Não me lembro de onde peguei as duas imagens que ilustram este post! Se alguém conhecer, por favor, me avise para eu dar os devidos créditos!

Peças Rápidas e Fáceis de Tricotar – Pequenos Mimos

Gosto muito de tricotar peças que tem uma modelagem mais democrática e podem ser usadas de vários jeitos. Geralmente peças pequenas, o que as torna rápidas de tricotar. Usando as novas lãs bem trabalhadas, não precisa nem inventar muitos pontos. Mas, se quiser, as tranças estão super em alta. SALVO QUANDO EU MOSTRAR, ESSAS PEÇAS NÃO TÊM RECEITA. Eu explico como fiz cada uma porque também não tive receita para elaborá-las. São pequenas peças perfeitas pra meia-estação ou pro inverno dos que não tem inverno! 😉

CAPINHA

Essa capinha é o seguinte: dois retângulos do mesmo comprimento e de larguras diferentes. O mais largo é trabalhado com o ponto turco (1 tricô, 1 laçada, 2 pontos juntos em tricô), começando e terminando a carreira com 10 pontos tricô. O segundo retângulo tem o mesmo comprimento e metade da largura e é todo feito em cordões de tricô. No arremate, sobre a costura dos 2 retângulos (a costura tem 1 terço do comprimento, sobre o centro da peça), um babadinho feito assim: são 8 carreiras em tricô, mas você começa, por exemplo, com 10 pontos e, a cada carreira, dobra o número de pontos, fazendo 1 tricô, 1 aumento, até o final da carreira. Pra saber com quantos pontos você vai começar, faça uma amostra pra ver o tamanho que você quer. O fio é 100% vintage, original dos anos 70, que minha mãe comprou antes de eu nascer. Que delícia tricotar um fio carregado de tanta história e guardado com tanto carinho.

GOLINHA/PELERINE/PALA

Essa peça é uma graça e fica bem pra todo mundo: dá pra usar por cima de vestidos, golas, camisas e até camisetas. Esse fio também é original dos anos 70 mas ainda é vendido. Ele se chama Club e é da Pingouin. É um clássico que pode ser encontrado na maioria dos armarinhos. Essa pelerine/gola usa a famosa técnica das carreiras invertidas, que são muito divertidas de fazer! Pra facilitar a contagem e poder fazer tricô vendo TV sem errar a receita, use um daqueles aneis marcadores de carreira japoneses. O negócio funciona mesmo! Tem pra vender no site da Aslan. E essa peça TEM RECEITA AQUI.

XALE/CACHECOL/GOLA

 

Coisa mais fácil do mundo: faz de conta que você vai fazer um cachecol mas coloca uma quantidade de pontos um pouquinho maior na agulha, pra ficar mais larguinho. Quando acabar de tricotar a tira, costure as duas pontas e pronto! Dá pra usar dos dois jeitos, como dá pra ver. Usei um fio que também já saiu de linha (eu compro muuuito antes pra fazer muuuito depois!) que é parecido com o Passion da Cisne mas tem umas bolinhas coloridas dentro, muito lindo.

BOLERINHO/CACHECOL

  

É praticamente a minha receita fácil de bolerinho de tricô, só que de mangas curtas, como este aqui. Colocando uma manga dentro da outra, ele vira um cachecol/gola. Usei apenas um novelo da Passion e tricotei com agulhas n.7.

BOAS TRICOTADAS!

Flores – Faça a sua

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Flores de tecido são lindas e fáceis de fazer. Da mais sofisticada, que usa renda e cetim, às mais rústicas e artesanais, como as de crochê (as fofuras aí em cima foi minha mãe que fez, exceto a roxinha, que foi presente da Lily), elas ficam charmosas como presilhas no cabelo, como broches enfeitando uma camisa ou blusa, ou até mesmo na bolsa. As de bijuteria, com chatons, feitas com canutilhos ou cristais, são pra quem tem experiência com bordado ou quer se aventurar no mundo da montagem de bijus! A Revista Manequim apresenta o passo a passo desses dois modelinhos de tecido pra você escolher e fazer a sua:

 

 

 

Na edição de setembro do ano passado, a Manequim também publicou uma flor muito fácil de rápida de fazer. Basta enrolar uma tira de tecido franzida e pronto! Foi essa ideia que eu usei pra fazer a flor cor de rosa clarinha aí em cima.

 

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A página com as explicações foi fotografada da revista. Clica pra aumentar.

 

 

Customizando com Zíper

Todo mundo viu como o zíper apareceu nos últimos desfiles brasileiros. Menos como aviamento, mais como enfeite, seguindo a tendência dos metais. Eu aproveitei a onda e inventei o meu brochinho:

 

 

Pra fazer a flor, temos que começar fazendo pequenos elos de pedaços de 9 cm (mais ou menos a metade do zíper). Daí é só ir fazendo os elos e costurando uns nos outros com potinhos simples. Tem gente que usa cola quente, também dá certo, mas eu sou tradicional e sempre prefiro costurar. Além disso, estava experimentando, por isso desmanchei várias vezes pra saber o que ficava mais bonito. Se eu tivesse usado cola, teria perdido todo o material. Por isso, eu sempre digo que, com linha e agulha, não tem erro! O tecido do zíper é bem resistente e aguenta super bem ser “desmanchado”, se for o caso.

Pra fazer o miolinho, enrolei um pedacinho de zíper e fui dando um ponto a cada meia volta. Depois que a flor estava pronta, costurei o miolinho.

No total, usei 3 zíperes de 18cm cada. Como não consegui encontrar o tipo destacável, tive que cortar o “carrinho” e aparar as pontinhas, mas ficou bom. A marca do meu zíper é YKK e cada um custou R$0,84. Atrás, coloquei um fecho de broche, que é facilmente encontrado em lojas de peças de montagem de bijuteria. Esse fecho pode ser substituído por um alfinete.

E também inventei um enrolado de zíperes que pode ser usado como broche ou como pingente, alfinetado numa fita:

 

E como tem gente criativa nesse mundo! A Dri postou um broche de lacinho lindinho feito com zíper! E no site dela tem outros links, inclusive um vídeo, em inglês, de uma crafter ensinando a fazer flor de zíper com cola quente no programa da Martha Stewart e uma designer incrível que faz peças inacreditáveis.

Aproveite o feriadão e faça o seu! 🙂

 

Burda – Customizando…

A edição francesa da Burda sempre dedica 4 páginas à projetos de customização. Nunca me deparei com um projeto difícil… É tudo fácil e rápido de fazer. E o que é melhor: fruto de muito olho atento no que está acontecendo e, sempre, bom gosto. Dá uma olhada.

Sabe o jeans manchado, delavê, que o Balmain desfilou e todo mundo amou? Pegue uma calça escura, enrole não muito apertado, coloque no tanque ou num balde grande. Coloque uns 4 litros de água e 1 litro de água sanitária. Deixe de 5 a 8 horas e voilá! Sua calça Balmain está pronta!

Enfeite de correntes multi-uso! Dá pra usar na cintura, no colete, como colar, na blusa de babados (que ficou linda)… Você inventa. Seis correntinhas diferentes presas à uma argola. Mais fácil impossível…

Já essa ideia é pra transformar uma bolsa de tecido com uma decoração folk. Aplicação de tecido, enfeites e brochinhos…

Essa também é fácil e dá um super efeito. Parecida com os colarzões poderosos que aparecerem por aí. Aliás, o molde do meu saiu daí. Uma gola, com um furinho acabado com ilhós de cada lado, cheia de broches e enfeites. Corte a sua em feltro ou lã e junte todos os brochinhos que você tem em casa. Mas lembre-se que deve haver um mínimo de harmonia de cor.

Que tal tentar um desses projetos no final de semana?